Merecemos?

Hoje Juiz de Fora completa 160 anos. Seria algo a se comemorar se fôssemos alheios ao que acontece em nossa cidade. A cidade que já foi considerada a "Manchester mineira" perdeu várias indústrias grandes, mas surgiram outras menores, é verdade. Perdemos muita mão de obra para outras "praças", porque não queríamos pagar bem os profissionais brilhantes que aqui fizeram escola. Perdemos oportunidades de investimentos por falta de flexibilidade de alguns, falta de visão de outros.

Perdemos aquele ar de cidade pequena e tranquila, o prazer de passear pelo centro se foi. Deu lugar a bagunça, muita gente desorientada, calçadas e ruas em péssimo estado e sujeira, muita sujeira.

Sujeira essa que saiu das ruas e corrompeu pessoas públicas, que causou episódios que botaram novamente nossa cidade nos holofotes da mídia, mas da maneira jamais desejada, jamais imaginada.

Nosso povo perdeu a esperança, uma cidade que se sustenta na maior parte com salário de comércio, que convenhamos, mal dá pra bancar uma faculdade. E olha que nós somos considerados hoje uma cidade universitária...

Juiz de Fora é uma cidade forte, seu povo também. Estamos passando por uma fase difícil sob diversos pontos de vista. Mas é na dificuldade que encontramos as oportunidades, e quanto mais difícil o desafio, mais genial é sua solução.

Será que nossa cidade merece isso tudo? Será que nós merecemos, como retribuição da falta de cuidado com que lidamos com inúmeras situações?

Deixo esta pergunta pra vocês, leitores, responderem.

(foto via JF em Pauta)

Brand Feeling e o respeito ao produto

Interessante como ouvimos falar cada vez mais de modernizar, investir em marketing e publicidade para manter uma marca e promover produtos para depois substituí-los e agir como se nunca tivessem existido.

Ao meu ver, é um ciclo incompleto, quase um coito interrompido. Fala-se bem do produto, milhões são gastos em treinamento, comunicação e tudo o mais para que de um dia para outro ele deixe de existir, sem satisfação. E isso não é em produtos micados não.

Respeitar o consumidor é mais do que ser honesto na publicidade e pós venda. É respeitar a relação afetiva entre ele e seu produto.

Tomando como exemplo o Fusca, que dispensa apresentações em todos os sentidos: Nas duas vezes que ele saiu de linha por aqui (86 e 96) não houve nenhuma satisfação sobre. Já o Opala, até onde sei foi a versão Collection que vinha com um documentário sobre a história dele.

Quem nunca andou num Fusca? Foi o 1º carro de uma geração, a Coca-Cola dos automóveis. O Opala até hoje seduz muitos jovens. Boa parte da reputação de um produto é fruto de qualidade, eficiência e comunicação adequada, mas são os consumidores que realmente instituem e imaculam a imagem de uma empresa ou produto.

Isso não tira mercado dos novos, agrega um valor incalculável à marca. É o tal "Brand Feeling". A Mercedes-Benz é a mais tradicional por invocar toda a tradição de sua linha em seus comerciais, já a Volkswagen do México fez um belíssimo trabalho quando foi encerrar a produção do Fusca (lá chamado de Sedan/Escarabajo/Vocho), em 2003. Seguem os vídeos, definitivamente brilhantes:







Não lembro de ter visto isto por aqui no Brasil. Alguém se lembra de algum caso?

Reação em cadeia

Quem nunca ouviu empresários dizendo que Juiz de Fora é uma cidade ruim de se investir, que o mercado daqui é complicado? E os profissionais dizendo que não são valorizados devidamente?

Trazendo o exemplo de uma área que lido há mais tempo, as lojas de informática daqui se encontram numa situação incerta, por mais que não pareça. Sobram vagas e faltam profissionais. Há 5 ou 10 anos atrás, sobravam profissionais, que hoje estão com seu próprio negócio ou trabalhando de forma autônoma.

Mas o que aconteceu pra isso? Me abstendo de termos chulos, é falta de visão por parte dos empregadores. As vezes causada pela carga tributária que o empregador se sujeita, mas muitas vezes por falta de sensibilidade também.

A pessoa que gosta da área em que trabalha, busca se manter atualizado e mais qualificado sempre, seja com cursos, seja pesquisando. Porém, não são todos que se preocupam com isso, então o funcionário mais competente acaba tendo que resolver os piores problemas, na maioria das vezes sem ouvir um "obrigado", tampouco uma gratificação salarial.

Não precisa ser um gênio pra saber que ninguém aguenta tal condição por muito tempo, e logo percebem que trabalhar "por fora" vale mais a pena. Alguns dirão "muita gente confia mais em lojas", e eu respondo "não por muito tempo". Na parte de atendimento e vendas elas estão errando feio, propositalmente até.

Uma amiga procurava um roteador wireless e um vendedor estava empurrando um de tecnologia N. Tecnologia que ainda não está finalizada (por isso o termo "draft (rascunho) N" 2007 ou 2009) e que para ser aproveitada ao máximo precisa que o computador na rede também tenha placa desta tecnologia, o que somente uma minoria tem, já que a placa é relativamente cara e a maioria usa ainda o padrão G, de 54mbps.

Segundo o vendedor, o roteador aumentaria a velocidade da internet dela em até 150"megas" e sequer se preocupou em saber o modelo do notebook dela e/ou se ele tem a placa correta pra isso. Pra começar, um roteador não aumenta velocidade da internet, ele distribui o sinal com e sem fio. Pra quem usa somente para internet e em curtas distâncias (o caso dela), um roteador G com antena de 5dbi já resolve 90% dos casos.

Se ela comprasse o tal roteador, iria na loja reclamar e o vendedor inventaria 1001 desculpas. Nunca mais voltaria lá e é claro, espalharia sua insatisfação e desonestidade do vendedor, que acaba queimando o filme da loja. Todos sabemos de alguém que foi enganado por lojas daqui, pessoas que hoje confiam no "cara que arruma o PC do amigo", que há alguns anos era o técnico que se matava nas lojas e hoje consegue ganhar muitas vezes mais o salário de antes, com muito menos problemas.

Já estamos num ponto em que mesmo as lojas honestas passam por dificuldades, por conta da estupidez das outras, que de tanto explorarem o consumidor, fizeram com que ele buscasse alternativas.

É um processo em cadeia: Bons profissionais trabalham por conta própria, devido a baixa remuneração as lojas só encontram mão de obra desqualificada que gera problemas e sujam o nome das mesmas. O consumidor insatisfeito busca alternativas e vê nos autônomos a relação mais humana, honesta. Serviços que lojas não fazem, atendimento de qualidade, poder lidar diretamente com quem fez o serviço sem ter que passar por um monte de ramais e musiquinhas até a ligação cair. E quem diz que cobram barato, se enganam. O consumidor está cada vez mais disposto a pagar mais por um serviço de qualidade. E pagam, sem reclamar.

Tal fenômeno hoje acontece com a maioria das categorias profissionais e vejo o mercado de informática entrando em colapso por aqui. Algumas lojas fechando filiais, outras diversificando atividades, e outras quebrando.

Estão afundando em um buraco que elas mesmas cavaram.

Como limpar o cooler de seu notebook Dell

Antes de começar o artigo, avisarei 3 coisas:

1-Só faça o procedimento abaixo se você tiver calma e conhecimento básico de montagem de computadores (pelo menos).

2- O procedimento abaixo é o mesmo nos Dell: Inspiron 1525/1526 e 1545. Em outros, pode ser um pouco diferente, em ambos os casos, muita atenção e cuidado.

3-Este blog e eu não tem responsabilidade NENHUMA caso aconteça algum problema. Siga as instruções à risca e use as ferramentas certas. Se não fossem necessárias, não estariam descritas, ok?

Então vamos começar:

A maioria dos notebooks possuem sistemas bem simples de refrigeração, que depois de 1 ou 2 anos de uso travam ou ficam entupidos de sujeira, fazendo com que o equipamento esquente, causando lentidão, travamentos e em casos extremos a perda de arquivos e queima de peças. Segundo o manual de serviço da Dell, para acessar o cooler no meu Inspiron 1525 eu teria que desmontar teclado, tela, apoio de braço... Teria que desmontar metade do equipamento. Quando fui trocar o processador do mesmo, tive uma idéia para limpeza bem mais simples e que deu certo.

Você precisará de:

1 chave de fenda tipo "philips" 3/16 (a comum)
1 chave de fenda tipo "philips" 1/8 (um pouco mais fina que a comum)
1 toalha macia, maior que o notebook
Pasta térmica de qualidade e aplicador (recomendo Arctic Silver 5 ou Thermaltake Chill Factor)
1 vidro de álcool isopropílico. (encontra-se em farmácias e lojas de componentes eletrônicos)
1 caixa de hastes flexíveis de algodão ("cotonetes")
1 escova de cerdas finas e macias (uma escova de dente velha serve) bem seca
1 bocado de paciência

Desmontando

Pra começar, desligue o laptop e desconecte o cabo da fonte. Estenda a toalha sobre a mesa e coloque o notebook de cabeça pra baixo nela.

Tire a bateria, e use a chave de 1/8 para abrir a tampa maior. NÃO aplique muita força sobre o laptop, pra não danificar a tela.

Depois disso, a cena será mais ou menos esta:

O que nos interessa aí é o dissipador, que pode ser removido tirando os parafusos na ordem mostrada na foto abaixo

 

Amplie a foto e verá números próximos aos parafusos. Gire 5x cada um na ordem indicada (o 5º é o do chipset, mais afastado). Na 2ª vez que você fizer isso, ele certamente estará livre para ser retirado. Basta puxar o dissipador para cima com cuidado. Não recomendo desafrouxar cada um de uma vez para não gerar muita torção sobre o dissipador. Embaixo do chipset há um adesivo térmico que NÃO PODE ser substituído por pasta térmica (pois a superfície sobre ele é irregular e a pasta não cobrirá tal espaço). Evite tocá-lo.

 

Com o dissipador removido, passe a escova na "grelha" para tirar a poeira e deixar livre a passagem de ar. Aproveite também para retirar a pasta térmica do dissipador e processador com o álcool isopropílico. Caso não tenha, limpe com papel higiênico seco (não force para não empenar o dissipador). Por que não usar álcool normal, doméstico? Saiba aqui. Caso não saiba aplicar a pasta nova, leia isto. Outras pastas térmicas podem ser usadas, porém a temperatura será coisa de 10ºC mais quente do que se você usar uma de qualidade...

Limpando o cooler

Com o dissipador retirado, nesta região podemos ver melhor um pedaço da ventoinha. Pegue 2 cotonetes, dobre-os na metade e umideça um em um pouco de álcool (pode ser seco também, mas dará mais trabalho) e dobre o mesmo na metade. Com o cotonete seco, você segura GENTILMENTE e com muito cuidado uma hélice, enquanto limpa outras com o úmido.

Seja MUITO CUIDADOSO(A), não precisa aplicar força, ou você pode quebrar ou desalinhar o cooler. Caso aconteça, em ambos os casos ele pode até girar, mas vai vibrar muito e pode quebrar de vez.

Quando ver que todas as hélices estão limpas, monte o equipamento seguindo os passos indicados anteriormente, ao contrário.

Pronto, agora seu laptop está limpo internamente e pelo menos uns 10~15ºC mais frio.

O esquema acima pode ser feito em outros notebooks, atualmente eles não se diferem tanto internamente, mas os que tenho certeza que o procedimento é o mesmo acima, foram os que eu indiquei.

Boa sorte!

Inspiração (?)

Avisando de antemão, sou apaixonado por carros, informática e publicidade. Portanto não estranhem o conteúdo do blog mais puxado pra isso...

Acredite: Suas ações, frases e nossa personalidade (só pra citar alguns) são influenciados por tudo em sua volta. É óbvio e você pode achar que não é tanto assim, mas acredite, é.

Tem gente que decide estudar e/ou trabalhar com algo por causa de um livro, filme, as vezes até por causa de uma pessoa. Uma frase pode desencadear todo um processo. Publicitários e escritores sabem bem disso.

De certa forma, acho um pouco exagerada a forma com que algumas pessoas exigem "o novo" da publicidade. Longe de mim apoiar plágio, chupinhagem, (o adjetivo que preferir), etc. Mas tem gente que pega uma coisinha de nada, monta toda uma linha de raciocínio até chegar a um pontinho de semelhança e por isso faz um escarcéu.

O que considero inspiração:

VW Brasilia (1978)

A partir do poema abaixo, fez-se o que considero um dos melhores comerciais de carro que tivemos

"QUADRILHA
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história

(Carlos Drummond de Andrade)"

Ford Escort RS2000 (1991)O original:




Fiat Palio 1.8R (2006)

Não é uma cópia exata do comercial anterior, mas que ele a influenciou, disso não há como negar...



O original (incorporação desativada, desculpem)

 E o que é uma cópia escancarada:



Os 2 primeiros casos eu conheci por acaso, vagando pelo YouTube. Já o último eu agradeço a @rosana por ter postado em seu Twitter! Serviu de inspiração pra este post...

ATUALIZAÇÃO 20/09/2010

Vejam só, mais um caso de "inspiração" que encontrei, de um comercial bem elogiado na época.

Mercedes-Benz Classe C (1995 +/-) O original:



Chevrolet Vectra (2004 +/-)

Hora de começar tudo de novo

Não é o meu primeiro blog e talvez não seja o último, que eu me recorde foram 3 antes desse, que foram abandonados. Olho pros arquivos de cada um e lembro de fases de minha vida, que todos eles representam.

Assim como lembranças de momentos anteriores em nossas vidas, um blog contém momentos bons e ruins, acontecimentos que você se orgulha, outros que você prefere esquecer. No final das contas, em nosso arquivo nada está totalmente organizado, não conseguimos ser certinhos a todo momento. É nessa bagunça que a gente encontra tudo que queremos, é nela que nos sentimos verdadeiramente em casa.

Seria hipocrisia demais dizer "não faço questão alguma que este blog agrada a todos nem que faça sucesso", seria legal se acontecesse, mas não omitirei minha opinião.

Não sou um cara cool, não tenho um Mac nem um iPhone, não sou baladeiro e tampouco ando no carro do ano.

Espero que eu ainda possa ser considerado normal.

Foto: Edmunds.com