segunda-feira, 31 de maio de 2010

Merecemos?



Hoje Juiz de Fora completa 160 anos. Seria algo a se comemorar se fôssemos alheios ao que acontece em nossa cidade. A cidade que já foi considerada a "Manchester mineira" perdeu várias indústrias grandes, mas surgiram outras menores, é verdade. Perdemos muita mão de obra para outras "praças", porque não queríamos pagar bem os profissionais brilhantes que aqui fizeram escola. Perdemos oportunidades de investimentos por falta de flexibilidade de alguns, falta de visão de outros.

Perdemos aquele ar de cidade pequena e tranquila, o prazer de passear pelo centro se foi. Deu lugar a bagunça, muita gente desorientada, calçadas e ruas em péssimo estado e sujeira, muita sujeira.

Sujeira essa que saiu das ruas e corrompeu pessoas públicas, que causou episódios que botaram novamente nossa cidade nos holofotes da mídia, mas da maneira jamais desejada, jamais imaginada.

Nosso povo perdeu a esperança, uma cidade que se sustenta na maior parte com salário de comércio, que convenhamos, mal dá pra bancar uma faculdade. E olha que nós somos considerados hoje uma cidade universitária...

Juiz de Fora é uma cidade forte, seu povo também. Estamos passando por uma fase difícil sob diversos pontos de vista. Mas é na dificuldade que encontramos as oportunidades, e quanto mais difícil o desafio, mais genial é sua solução.

Será que nossa cidade merece isso tudo? Será que nós merecemos, como retribuição da falta de cuidado com que lidamos com inúmeras situações?

Deixo esta pergunta pra vocês, leitores, responderem.

(foto via JF em Pauta)

domingo, 2 de maio de 2010

Brand Feeling e o respeito ao produto

Interessante como ouvimos falar cada vez mais de modernizar, investir em marketing e publicidade para manter uma marca e promover produtos para depois substituí-los e agir como se nunca tivessem existido.

Ao meu ver, é um ciclo incompleto, quase um coito interrompido. Fala-se bem do produto, milhões são gastos em treinamento, comunicação e tudo o mais para que de um dia para outro ele deixe de existir, sem satisfação. E isso não é em produtos micados não.

Respeitar o consumidor é mais do que ser honesto na publicidade e pós venda. É respeitar a relação afetiva entre ele e seu produto.

Tomando como exemplo o Fusca, que dispensa apresentações em todos os sentidos: Nas duas vezes que ele saiu de linha por aqui (86 e 96) não houve nenhuma satisfação sobre. Já o Opala, até onde sei foi a versão Collection que vinha com um documentário sobre a história dele.

Quem nunca andou num Fusca? Foi o 1º carro de uma geração, a Coca-Cola dos automóveis. O Opala até hoje seduz muitos jovens. Boa parte da reputação de um produto é fruto de qualidade, eficiência e comunicação adequada, mas são os consumidores que realmente instituem e imaculam a imagem de uma empresa ou produto.

Isso não tira mercado dos novos, agrega um valor incalculável à marca. É o tal "Brand Feeling". A Mercedes-Benz é a mais tradicional por invocar toda a tradição de sua linha em seus comerciais, já a Volkswagen do México fez um belíssimo trabalho quando foi encerrar a produção do Fusca (lá chamado de Sedan/Escarabajo/Vocho), em 2003. Seguem os vídeos, definitivamente brilhantes:







Não lembro de ter visto isto por aqui no Brasil. Alguém se lembra de algum caso?